terça-feira, 14 de outubro de 2008

Guia básico da água do Mar - Cap. III

Uma ajuda na água salgada - 3º Capítulo

Pesquisa e adaptação: Mário d'Araújo



O pequeno guia de Água Salgada

Objectivo

As informações que a seguir Vos forneço, são pequenas ‘dicas’ básicas que Vos podem ajudar nos Vossos aquários de água salgada, mas penso que não evitarão algumas dores de cabeça. Lembro que junto do Vosso fornecedor conseguirão informações mais detalhadas e bons livros (ou a indicação onde os adquirir) mais detalhados sobre estes assuntos.

Instalação

Adquiram só equipamento garantido para água salgada. Um filtro de fundo (independentemente do que Vos possam dizer) é INDISPENSÁVEL para promover o desenvolvimento das bactérias Aeróbias e baixar a concentração das matérias tóxicas. Podemos optimizar a filtragem acoplando cabeças motorizadas nos exaustores de saída do filtro de fundo, ou para melhor resultado ligá-las a um filtro exterior. No caso de ter filtro exterior recordo aqui o sera siporax como o substrato mais eficaz para a colonização bacteriana que permitirá a biodegradação e depuração continuada da água do Vosso aquário.
Usem Areia de Coral de granulometria média (ou fina caso optem pela não instalação do filtro de fundo) a que podem adicionar Calcite, Casca de Ostra ou a famosa Dolomite (que de tanto falar nela qualquer dia reaparecerá no mercado) para que obtenham um valor de pH entre 8,2 a 8,4 no período de iluminação. Encham o aquário, estabilizem a temperatura a 24ºC e acondicionem a água com sera aquatan. Passadas 48 horas adicionem o sera marin basic salt até que o densímetro Vos dê leituras de 1,020 a 1,022.

População

Uma pequena conta matemática de 8 litros de água para cada 2,5cm de peixe é o que Vos indico como mais aconselhado. Por exemplo: pode ter 30 peixes de 2,5cm ou 15 peixes de 5cm num aquário de 240 litros.
Há 2 razões importantes para controlar cuidadosamente o número de animais:

1ª – as bactérias Nitrosomonas e Nitrobacter conseguem reciclar apenas quantidades reduzidas dos restos orgânicos e reproduzem-se de forma lenta.
Podem utilizar o sera ammovec para incrementar a proliferação delas.

2ª - Os peixes marinhos são territoriais. Cada um delimita um espaço próprio e defende-o de novos inquilinos. Estes, quando chegados ao aquário têm de lutar pelo lugar que pretendem. Podemos ajudar mudando uma ou duas pedras (ou Corais) na decoração e distribuir alimento aos já residentes, antes de soltar as novas aquisições.


Alimentação

O aspecto mais importante da aquariofilia marinha, ao qual eu aplico a ‘regra de polegar’: Ao Mar o que é do Mar! Daí que uma alimentação cuidada seja uma das chaves do sucesso. Forneçam pequenas quantidades e confirmem que são consumidas ràpidamente. Restos de alimentos não ingeridos devem ser retirados de imediato. Lembro-vos que uma dieta variada é essencial para que os Vossos peixes e outras espécies, sejam saudáveis. Uma combinação de alimentos secos como o sera gvg-mix marin, o sera granumarin e ainda o sera spirulina tabs, que podem ser conjugados com o sera FD Artemia Shrimps, aliados aos alimentos congelados que Vos garantam boa qualidade e quando disponível Artemia adulta viva. Peçam informações adicionais sobre os hábitos alimentares das espécies menos habituais.
A nível vitamínico aconselho o uso regular do sera fishtamin (misturado nos alimentos) e mantenham sempre a noção de que é preferível alimentar pouco de cada vez e várias vezes ao dia ... e não muito de uma só vez e como sobremesa a nova dieta vegetal norsera marin gourmet nori.

A qualidade da água

O pH ideal da água salgada, situa-se entre os 8,0 e os 8,4. O sal sera marin basic salt e o sera marin reef salt estão tamponados de modo a que obtenham estes valores aquando da respectiva dissolução. E o ‘mas’ disto está de facto existente nos casos de excesso de população ou de excessos de comida, que originam descidas do pH. Verifiquem pois semanalmente com o sera teste-pH e se detectarem uma descida do mesmo, aconselho uma mudança de água cerca dos 10% com a adição do sera marin component 2 Ca pH-buffer, tendo em atenção que não devem sujeitar os animais a correcções superiores a 0,1 por dia.
A densidade deve oscilar entre os 1.020 e os 1.022. Utilizem densímetros sera, todos eles aferidos a 23,4ºC. Se os valores forem superiores a 1.022 (geralmente devido à evaporação da água), acrescentem água doce que já acondicionaram com o sera aquatan, até obterem o valor correcto. Evitem correcções violentas e como já mencionei antes, façam-nas por etapas, ao longo de vários dias.
Os Nitritos (NO2), são a chamada fase intermédia da ‘transformação biológica’ de restos orgânicos de Amoníaco (NH4) para os menos tóxicos Nitratos (NO3). Os Nitritos, nos aquários novos, podem chegar às 10 ppm (partes por milhão). Com a estabilização das colónia das bactérias Nitrosomonas e Nitrobacter (que podemos acelerar com sera ammovec), estes níveis podem baixar para menos de 0,1 em cerca de 2 semanas. No caso de aquários já instalados convenientemente, passada pois a fase de maturação, este valor de 0,1 não deve ser ultrapassado.
Os factores que podem provocar a subida deste parâmetro (e também de outros)são o excesso de animais, comida não consumida ou animais mortos não retirados, filtro de fundo inadequado, espumador aquém do que precisariam (deixo aqui mais uma informação: calculem um espumador para o dobro do volume do aquário. Por ex: volume de água = 200 litros => Espumador para 400 litros) ou, o que também acontece, o uso indiscriminado de antibióticos.
Verifiquem pois, diàriamente, com o teste sera teste-NO2, a concentração de Nitritos se o Vosso aquário é novo. No caso de aquários antigos recomendo o controle semanal. Caso haja subida dos valores, uma mudança de 10 a 20% da água é aconselhável. Nunca é demais lembrar que devem verificar se há restos de comida, falhas de oxigenação, filtros que pararam por qualquer motivo, ou restos de animais mortos que não foram retirados.
O Amoníaco (NH4) é um dos componentes dos dejectos dos peixes e da vida animal. No ciclo do Azoto (podem ver o diagrama do mesmo no ‘O pequeno Guia da Química da Água Salgada’) o Amoníaco é reduzido (ou se quiserem biodegradado) para Nitritos e finalmente para Nitratos, sendo estes utilizados como alimento pelas Algas Marinhas como a Caulerpa ou a Halimeda, ou outras que encontrem no mercado.
Quanto maior for o número de peixes, maior a quantidade de Amoníaco presente. Por isso o conselho de manter 1 a 2 peixes nas primeiras semanas, para que as bactérias colonizem os materiais filtrantes de modo a que possam reduzir o Amoníaco ràpidamente. Taxas de 0,1 em aquários velhos, devem ser consideradas como o limite máximo, que, se atingido, pede uma mudança parcial de água.
Verifiquem sempre o Amoníaco, sera teste-NH4/NH3, depois de introduzidas novas espécies.
Os Peixes, os Invertebrados e as Algas, consomem constantemente Oligo-elementos. De modo a que possam manter uma boa qualidade da água, tornam-se necessárias as mudanças de água regulares, de 10 a 20% pelo menos uma vez por mês. Se usarem água da companhia, acondicionem-na sempre com o sera aquatan e sera ammovec. Quaisquer sinais de ‘stress’, dificuldades de respiração, perda de apetite ou movimentos desordenados, indiciam a necessidade de mudar pelo menos 10% da água. Entre as mudanças de água deverão utilizar de acordo com as instruções, os novos aditivos sera para água salgada, pois facilitam a reposição dos Oligo-elementos.
A ou as luzes deverão estar acesas entre as 8 a 12 horas diárias.

O Controlo para um aquário saudável

Parasitas

Os problemas mais comuns são o Oodinium ocellatum, o Cryptocaryon irritans (o Íctio de água salgada) e as Fascíolas (em inglês: Flukes).

Sintomas

Os primeiros sintomas de qualquer um destes parasitas, passam geralmente despercebidos à maioria dos aquariófilos. Tenham como hábito a observação diária e atenta dos Vossos animais. Um ligeiro roçar pelas decorações ou pela areia é um dos primeiros indícios. À medida que a infecção progride notará uma diminuição de actividade e perda de apetite. Poderá então aparecer o Oodinium, os olhos ficam baços e o peixe pode ficar como que polvilhado com pó de Talco, ou o Cryptocaryon, pequenos pontos brancos semelhantes a grãos de sal refinado. As Fascíolas só são detectáveis com um microscópio e os sintomas passam por dificuldades respiratórias (as guelras são atacadas), movimentos ondulatórios e visível perda de peso.

Tratamentos

Devem ser iniciados logo que suspeitem da existência de infecções. Devem no entanto desligar os filtros que utilizam Carvão e calcular o volume de água, multiplicando as medidas interiores do aquário (comprimento x largura x altura, em dm – decímetros, sendo o resultado final igual aos litros de água que têm no aquário). Não devem esquecer que as decorações, as rochas e a areia diminuem esse volume obtido e que provàvelmente não têm o aquário cheio até cima. Podemos deduzir 10% ao valor que obtiveram e se as dúvidas continuarem o melhor é reduzir à dose do produto que vão aplicar.

A solução de Sulfato de Cobre, o sera Oodinopur, aparece combinada com Cloreto de Cobre é deveras eficaz mas lembrem-se que os Invertebrados reagem mal com este produto, o Cobre. Podem tentar isolar os Peixes e fazer o tratamento num outro aquário. É bastante eficaz contra o Oodinium e o Cryptocaryon numa concentração mínima de 0,3mg/litro, que deve ser controlada com o sera teste-Cu. Volto a frisar que os Invertebrados e as Algas não toleram este produto e não devem ter Carvão nos filtros, devem desligar os Espumadores e caso tenham Ozono devem também proceder à sua inactivação.
Quando terminado o tratamento, que poderá demorar de 17 a 21 dias, recomendo uma mudança de água, filtragem com Carvão e a junção de sera fishtamin aos alimentos.
Uma nota pessoal: não misturem produtos de várias marcas aquando dos tratamentos.

O Verde de Malaquite, em solução perfeita no sera costapur, na dose de 5ml para cada 80 litros de água, pode ser utilizado com cuidado (a observação das reacções é importante) com Invertebrados e dever-se-á repetir o tratamento durante 5 dias. Para obterem melhores resultados devem aplicar o produto à noite, pois é foto-sensível, já que a presença e consequente acção dos raios Ultra-Violetas (presentes quer na Luz do dia, quer nas Lâmpadas) sobre o Verde de Malaquite, resulta na neutralização deste, retirando-lhe portanto a eficácia pretendida.

O Nifurpirinol, antibiótico cerca de 7 vezes mais eficaz que a Tetraciclina, apresentado de forma equilibrada e eficaz no sera baktopur direct, é aconselhado contra as doenças bacterianas internas e externas dos Peixes, que podem ser reconhecidas pelos ventres inchados, escamas levantadas ou olhos salientes. Ainda posso acrescentar a natação irrequieta ou irregular, a coloração escurecida a falta de apetite e mesmo uma apatia total. Mesmo detectada tardiamente, o tratamento com o sera baktopur direct ajudará e protegerá os Peixes que ainda não foram afectados. Uma forma de tratamento que experimentei, devidamente descrita nas instruções do produto, é a dissolução de 1 pastilha em 2 litros de água e manter os Peixes afectados durante 30 minutos e depois voltam para o aquário onde a dose é de 1 pastilha para cada 50 litros de água. Não devem usar em aquários com Invertebrados.

Em qualquer tipo de tratamento antes descrito ou mencionado, não devem manter os sistemas UV (Ultra-Violetas) ligados, para além de que não devem deixar o Carvão nos filtros, devem desligar os Ozonisadores e principalmente não façam um ‘cocktail’ de produtos de marcas diferentes. Acima de tudo a Vossa paciência não deve ser substituída pela ‘pressa de resultados’.

Prevenção

Mantenham uma concentração de Cobre de 0,3mg/l. Verifiquem pelo menos uma vez por semana com o sera teste-Cu. Um modo eficaz de controlar os parasitas antes que atinjam níveis ou proliferação prejudiciais para os Vossos animais.
Quando adicionarem Peixes novos, mantenham uma concentração de 0,15 a 0,3mg/l como já referido anteriormente, pelo período mínimo de 17 dias (o que podem fazer num aquário apelidado de ‘quarentena’ ao qual passado este período, vão retirando água, 10 a 15% de cada vez, e acrescentam água do aquário para onde irão os Peixes, sendo que ao fim de uma semana já os poderão instalar na casa nova. Impedirão assim que os parasitas de que são portadores os Peixes novos, se multipliquem e ataquem outros animais.
Estas dosagens mostraram-se eficazes no combate à maioria dos parasitas de água salgada, sem prejuízoz graves para as colónias de bactérias Nitrosomonas e Nitrobacter, que poderão sempre reactivar com o sera ammovec.
Evitem o uso indiscriminado de antibióticos directamente no aquário, já que estes também destroiem as bactérias nitrificadoras. As infecções bacterianas são, na maioria dos casos, reacções secundárias ao ataque de parasitas, que destroiem a camada protectora dos Peixes. Um controlo eficaz dos parasitas, torna desnecessário o recurso aos antibióticos. Recomendo a busca e aquisição de um ou mais bons livros sobre doenças de Peixes e, não se esqueçam, que a aquariofilia marinha, com uma ainda curta vida, permite as mais variadas opiniões (muitas vezes contraditórias) sobre como manter e tratar os Peixes e suas companhias. O objectivo destas linhas é permitir de uma forma lógica que, com o uso de produtos de fácil aquisição, que Vocês mantenham aquários saudáveis. Há quase tantos produtos como parasitas mas não se devem preocupar, pois não serão confrontados com situações impossíveis. As informações aqui expostas foram obtidas ao longo de vários anos de pesquisas, experiências e exames microscópicos, pois tive a honra e o prazer de conhecer o sr Gerald Bassler, o sr Dieter Untergasser e o Mark Wilson entre outros, para além de quase uma vida a cuidar de aquários e peixes (na ‘Aquapesca’, no ‘Palhaço’ e também na ‘Orni-Ex’) que permitiram emitir um parecer conclusivo sobre a eficácia de muitos produtos de tratamento.
O uso correcto dos produtos mencionados permitir-vos-á a obtenção do prazer de manterem a flora e a fauna marinha nas Vossas casas.

Sempre ao Vosso dispôr

marioadearaujo@gmail.com

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Guia básico da água do Mar - Cap. II



Uma ajuda na água salgada - 2º Capítulo
Pesquisa e adaptação: Mário d'Araújo


O pequeno guia dos Invertebrados Marinhos


Como que para vos deixar tranquilos usarei uma linguagem que considero acessível a todos os que se ligaram à Aquariofilia, juntando coisas boas com outras que achamos terríveis. Então um Invertebrado é todo o animal que não apresenta Espinal Medula ou estrutura óssea. Este tipo de seres ultrapassa largamente, em quantidade, o número de Vertebrados. Sendo das mais fascinantes criaturas marinhas, de cores e formas interessantes, podem também ocupar lugar de destaque em Aquariofilia. Aquários a partir dos 40 litros já permitem a sua manutenção. Não são necessários aquários altos, já que no seu meio ambiente, a maioria destes seres vive perto da superfície da água. Assim, um simples aquário de 80 (comp.) x 30 (larg.) x 40 (alt.) pode tornar-se um excelente e exótico exemplo do mundo dos Invertbrados.

Um filtro de fundo é imprescindível (e esta minha sugestão é para muitos controversa) com as saídas optimizadas com cabeças motorizadas e não difusores. Filtros exteriores, com carvão sera e o bem conhecido siporax, completarão a filtragem, mantendo a água cristalina. O substrato ideal será a Areia de Coral de granulometria média, que oferece excelentes propriedades como a obtenção de um pH alto e estável. Posso sugerir a adição de Calcite, Casca de Ostra ou Dolomite, que devem ser bem enxaguados antes da sua introdução no aquário. Utilizem ou formem uma camada de substrato de 3,5cm a 5cm de altura.

Enchemos então o aquário e acondicionaremos a água com sera aquatan e deixaremos tudo a funcionar durante 2 dias. Passaremos então à adição do sera marin basic salt numa proporção aproximada de 30g x litro, até que o densímetro indique uma densidade de 1,020 a 1,022. Um sal de boa qualidade para misturar com a água da torneira e que permite a manutenção das espécies mais delicadas, é a escolha acertada.

Podemos retirar areia de aquários já em funcionamento ou adicionar sera ammovec para acelerar a colonização bacteriana essencial para a filtragem biológica. Podemos sempre falar com o nosso fornecedor habitual a quem poderemos pedir areia dos aquários dele. A temperatura deverá oscilar entre os 21º e os 27ºC. Passados que sejam alguns dias, e que o teste de Nitritos (NO2) seja igual a Zero, poderemos passar à escolha da rocha viva de preferência com alguns rebentos de algas, pois estas são uma fonte alimentar para muitas espécies, e, ao mesmo tempo, consomem os Nitratos (NO3). Para conseguir um bom crescimento de algas deverá manter as luzes acesas de 12 a 14 horas por dia nas primeiras duas semanas, reduzindo depois para um período que pode variar das 6 às 10 horas por dia, de acordo com as necessidades do seu aquário. Deixo-vos aqui a nota de que os tubos sera blue sky Royal em conjunto com os sera deep sea special farão maravilhas. Não podemos esquecer os aditivos sera marinvit plus e o novo sera marin Component 2 Ca pH-Buffer que conjugados com a aplicação do sera fishtamin facilitarão o desenvolvimento das algas e dos outros habitantes do vosso aquário. Podemos introduzir conchas e corais secos como decoração. Tentem a aquisição de algas Caulerpa ou outras que sejam também Macroalgas.
O aquário de Invertebrados, como nos outros aquários de água salgada, não deve ser populacionado em excesso. No entanto os Invertebrados não são tão exigentes em termos de espaço como os Peixes, o que vos permite manter 6 a 10 pequenos/médios animais num aquário de 40 litros. Animais resistentes como os Caranguejo Eremita, devem ser escolhidos para a primeira fase de ‘amadurecimento’ ou ‘maturação’ do aquário. Testem os Nitritos (NO2) e a Amónia (NH4/NH3) diàriamente, até que os resultados sejam nulos, ponto em que poderão considerar o vosso aquário ‘estabilizado’. Novos animais podem ser adquiridos. Com a sera aqua-test box marin poderão obter todas as informações acerca da qualidade da água do vosso aquário, de modo a que mantenham os vossos Invertebrados com sucesso.

Alguns invertebrados necessitam de comida viva e aqui deixo a indicação de que podem recorrer às comidas congeladas como a Artemia, Plancton, Bivalves (Ameijoa, Berbigão), etc. desde que respeitem esta pequena regra: ‘Para o Mar o que é do Mar’ ou seja, para os vossos hóspedes marinhos ofereçam acepipes também marinhos, que podem e devem ser aditivados com o sera fishtamin para colmatar possíveis falhas vitamínicas. Para além disto poderão também colmatar possíveis necessidades de outros oligo-elementos com os novos 7 acondicionadores sera, que são: sera marin component 1 calcium, sera marin component 2 calcium, sera marin component 3 trace elements (aniónicos), sera marin component 4 elements (catiónicos), sera marin component 5 strontium, sera marin component 6 magnesium e o sera marin component 7 iodine. Com esta preciosa ajuda manterão na certa os parâmetros da água em situação ideal.

Os Invertebrados, como os Corais (moles e duros), as Sabelas, as Bernacas, as Gorgónias e muitos outros, são ‘filtros’, ou seja, filtram a água que absorvem, retendo pequenas partículas nutritivas em suspensão, para se alimentarem. Obterão óptimos resultados com a distribuição regular de náuplios de Artemia recém nascidos. Portanto será importante a adição semanal de elementos de traço e dos outros mencionados no parágrafo anterior, acompanhada da mudança que aqui aconselho de 10 a 20% ao mês, obtida com o sera marin basic salt, que proprcionará também a reposição de elementos indispensáveis.

Deixo também aqui a nota de que devem aproveitar o acto de despejar o aquário para aspirar o fundo do mesmo. Certifiquem-se de que a densidade e a temperatura da água que prepararam sejam iguais às do aquário. Já sabem que devem verificar o pH da água uma vez por semana e proceder, caso necessário, às devidas correcções, de modo a que obtenham valores de 8,0 (geralmente antes de acender as luzes) a 8,4 (antes de apagarem as luzes).

Os Nitritos são para manter abaixo das 0,1 ppm e a Amónia sempre inferior a 0,025 ppm. No caso de obterem valores mais elevados procurem restos de comida, animais mortos e devem verificar as cabeças e os filtros motorizados .

O aquário de Invertebrados pode ser o mais fascinante de todos. Nada se compara à emoção de ver centenas de pequenos Camarões recém-nascidos ou quaisquer outras possíveis reproduções deste maravilhoso mundo sub-aquático. Passo agora a citar algumas espécies que eventualmente poderão vir a ocupar o Vosso aquário.

Coral Vivo (com estrutura calcárea) – Classe: AntozoáriosHá muitos corais que se adaptam às condições dos aquários e são ao mesmo tempo, uma excelente escolha para o Iniciado. Os corais são ‘filtros’ e fáceis de alimentar com os novos acondicionadores sera para água salgada e os náuplios de Artemia recém-nascidos, de forma controlada para evitar problemas







Nesta imagem podemos observar um exemplar
do Galaxea, uma das variedades de Coral Cérebro


Assim e como exemplos, o Coral Cérebro, o Coral Redondo (Pavona) e o Coral Tentáculo (Euphyllia), são apenas alguns bons exemplos para começar.* Gorgónias e Coral Mole (sem estrutura calcárea) – Classe: Antozoários
Ventoinhas do Mar, Penas do Mar, Chicotes do Mar, são nomes para muitas das espécies de corais moles. Podem variar em tamanho, de apenas alguns centímetros até 1 ou 2 metros, dependendo da idade e da espécie, para não falar da imensidade de cores e formas.



Nesta imagem podemos observar um exemplar de
Chicote do Mar (Sea Whip), um Pseudopterogorgia
muito comum no Mar das Caraíbas







A utilização regular e de acordo com as instruções dos novos produtos sera para água salgada permitirão óptimos resultados na manutenção destes animais em cativeiro, por largos períodos de tempo.

* Anémonas do Mar, Phylum Cnidaria – Classe: Antozoários

Quase ideais para os principiantes, já que se mantêm fàcilmente em aquário e não são difíceis de obter. Não devem ser sobrealimentadas, pois as anémonas expelirão todo e qualquer tipo de alimento não digerido. Se isso acontecer, devem retirar de imediato todo o excesso de comida. Com o tempo verificarão qual a quantidade ideal a distribuir.







Na imagem ao lado podemos agora observar a linda
e impressionante Condylactis Gigantea, uma
anémona comum no Mar das Caraíbas.


As anémonas têm células urticantes, Nematocistos, que se espetam e capturam Artemia viva ou pequenos peixes como os Gupi ou as Moli. Sugiro aqui o Mexilhão, o Berbigão ou a Ameijoa, depois de descascados. O uso regular dos novos aditivos sera para água do mar é essencial.

* Camarões e Caranguejos, Phylum Arthropoda – Classe: Crustáceos
Os Camarões são pequenas criaturas que aparecem numa larga variedade de espécies e cores. Podem ser mantidos com outros animais. Alguns deles vivem em simbiose com Anémonas. Estas protegem os Camarões dos predadores e em troca eles limpam as Anémonas.




E mais uma imagem do magnífico Lysmata grabhami,
que em cativeiro desova com facilidade.




Os Camarões comem pràticamente de tudo e gostam particularmente de Artemia viva, Berbigão ou Mexilhão e Ameijoa. Não esqueçam os aditivos sera para água salgada, que colmatarão as possíveis falhas inerentes à Vossa actuação.

O Caranguejo Eremita, necrófago, é excelente para qualquer tipo de aquário de Invertebrados, mas não esqueçam que também são predadores. Como conselho não adquiram exemplares muito grandes. Pode até acontecer que encontrem algum com uma pequena Anémona na concha. Devem também colocar conchas vazias, de vários tamanhos, para que os Caranguejos possam mudar conformem crescem. No caso de haver uma anémona hospedeira, ele levá-la-á com ele.







Nesta imagem acima poderão ver o Caranguejo Porcelana do Pacífico, Neopetrolisthes Maculatus, que habita na Anémona.








Na foto à direita, um Caranguejo Eremita com duas Anémonas
como 'hóspedes companhia'.







Os Caranguejos também se alimentam da água, filtrando-a e retirando-lhe partículas comestíveis. A Artemia recém-nascida (os Náuplios) distribuída semanalmente é um excelente alimento.

Podem também procurar outras espécies como o Caranguejo Aranha, o Caranguejo Flecha, Lagostas que cresçam pouco, Camarão do Coral, Camarão da Esponja, etc. Todos eles resistentes e sem necessidade de cuidados especiais (assim não Vos lembro o pH, a Amónia, os Nitritos e os novos aditivos sera para água salgada).

* Plumas do Mar, Phylum Annelida – Classe: Poliquetas
Eis um nome que se deve ao aspecto de ‘espanador de penas’, e temos aqui um animal que utiliza as plumas para transportar a comida para a boca. Como filtradores que são recomendamos os aditivos sera alternados com Artemia recém-nascida.

Nas fotos abaixo podemos ver à esquerda a Árvore de Natal das Caraíbas, Spirobranchus Giganteus, enquanto que na da direita podemos ver como se ocupa um orifício no meio dos Corais com esta bela Sabellastarte.

Cada animal vive no seu próprio tubo e as plumas recolhem para dentro do mesmo se perturbados. Acontecem mudas periódicas de plumas, que voltam a crescer, pelo que não se devem assustar se descobrirem algumas à deriva pelo aquário.

* Estrelas do Mar, Phylum Echinodermata – Classe: AsteriídeosCriaturas interessantes, as Estrelas do Mar, conseguem regenerar membros perdidos. Se cortadas ao meio, cada metade regenerar-se-á, dando portanto origem a dois novos animais. Bivalves congelados (devidamente descongelados) são um alimento de fácil utilização. Claro que se adquiridos frescos e, ainda vivos, melhor será para as suas Estrelas. Lembrem-se no entanto que se tiverem as ‘Conchas de Fogo’ (Lima Scabra), estas podem ser uma alternativa à dieta das Vossas estrelinhas predadoras. São, apesar disto, animais a manter num aquário de Invertebrados.


Passo-vos a imagem de uma Estrela do Mar a comer um Gupi que lhe foi dado pelo seu proprietário.

* Esponjas, Phylum Porifera – Classe: Demospongídeos
Mais animais filtradores, que capturam microscópicas partículas nutritivas, em suspensão na água. Elas fixam-se em rochas, conchas, etc. estando disponíveis em muitas cores e formas, sendo relativamente fácil a manutenção em cativeiro.

Nesta foto podem observar
uma esponja a proliferar sobre
a rocha viva






Adição regular dos aditivos sera de acordo com as instruções dos mesmos é a garantia de bons resultados na conservação dos Invertebrados.

* Cavalos Marinhos, Phylum Gasterosteiformes – Classe: Sygnatídeos
Ora aqui está um animal que não é Invertebrado, mas que se adapta e vive perfeitamente no meio deles.
Uma imagem magnífica, acima, de um Cavalo Marinho, o Hippocampus kuda, amarelo

Movem-se lentamente e necessitam de Artemia viva como alimento base. A maioria deles só comerá mesmo comida viva. Há quem distribua vivíparos recém-nascidos (como Gupi, Moli, Plati ou Espadas e se quiserem as Gambusia) mas aconselho a que tentem a Artemia adulta que aparece em algumas lojas da especialidade. As tentativas com alimentos congelados são geralmente mal sucedidas.

O macho tem uma bolsa onde a fêmea deposita os ovos. Seis semanas mais tarde poderão nascer até 100 cavalitos, que deverão nadar em Artemia recém-nascida. Aconteceu uma vez na Orni-
-Ex o nascimento de Cavalos Marinhos, que ràpidamente foram devorados pelos pais. Daí que o conselho é retirar os progenitores quando confirmada a nascença dos filhotes, que num curto espaço de tempo estarão capazes de comer Artemia adulta.

Aconselhe-se sempre junto do Vosso fornecedor habitual no que diz respeito à compatibilidade das espécies que pretendem. Aconselho a aquisição de um bom livro de Invertebrados com quase a certeza de que será em Inglês, mas é sempre uma boa ajuda.

Ao Vosso dispôr


























































































































































Os Caranguejos também se alimentam da água, filtrando-a e retirando-lhe partículas comestíveis. A Artemia recém-nascida (os Náuplios) distribuída semanalmente é um excelente alimento.

Podem também procurar outras espécies como o Caranguejo Aranha, o Caranguejo Flecha, Lagostas que cresçam pouco, Camarão do Coral, Camarão da Esponja, etc. Todos eles resistentes e sem necessidade de cuidados especiais (assim não Vos lembro o pH, a Amónia, os Nitritos e os novos aditivos sera para água salgada).

* Plumas do Mar, Phylum Annelida – Classe: Poliquetas
Eis um nome que se deve ao aspecto de ‘espanador de penas’, e temos aqui um animal que utiliza as plumas para transportar a comida para a boca. Como filtradores que são recomendamos os aditivos sera alternados com Artemia recém-nascida.













































































domingo, 21 de setembro de 2008

Guia básico da água do Mar - Cap. I

Uma ajuda na água salgada - 1º Capítulo

Pesquisa e adaptação: Mário d’Araújo

O pequeno guia da Química do seu aquário de
água salgada


A gravidade específicaou densidade, permite-lhe quantificar, em gramas por litro, a quantidade de sal dissolvida na água. Como está directamente relacionada com a temperatura, o densímetro deverá estar aferido de acordo com a mesma, pelo que os modelo sera, desenvolvidos com esta preocupação, são testados em água destilada a 75ºF (23,4ºC) o que dará uma leitura de d=1.000. Por outro lado ficam a saber que a água salgada tem uma densidade que oscila entre os 1.020 e os 1.025 a essa temperatura. Conforme formos adicionando sal à água, o densímetro subirá, ou seja fica mais fora de água. Quando a leitura indicar valores de 1.020 a 1.022 a 23ºC, não será necessário mais sal. Notem que se houver oscilações de temperatura estas originarão leituras diferentes. Por exemplo: a 26ºC e com a mesma quantidade de sal o densímetro indicará de 1.019 a 1.021. A 20ºC a leitura será de 1.021 a 1.023. Portanto se a temperatura subir a densidade diminui e se a temperatura descer a densidade sobe.

Para obter leituras correctas deverá instalar o densímetro em zonas de pouca agitação de água. Lembro que a leitura deverá ser feita ao nível da água do aquário e não do chamado ‘menisco’ (a água sobe ligeiramente acima do seu nível quando em contacto com o densímetro).

Se houver evaporação de água do aquário a densidade subirá, pelo que dever-se-á adicionar água doce prèviamente aquecida à temperatura do seu aquário.


Esta imagem mostra um densímetro com termómetro.




As mudanças bruscas de densidade podem provocar o ‘Choque Osmótico’ (respiração acelerada, perda de equilíbrio, descoloração). Este choque resulta da perda ou ganho repentino de fluidos através dos tecidos das guelras. Acima da densidade normal provocará um aumento de fluidos e abaixo da mesma (1.022) resultará uma perda dos mesmos.

pHO pH é a quantificação dos iões de Hidrogénio. Na água, o ião H+ reage quase de imediato com a mesma (H2O) originando o ião Hidrónio (H3O+). O ‘p’ é o ‘poder’ do ião de Hidrogénio.

A medida do pH está pois directamente ligada ao número de iões de Hidrogénio e não ao menor ou maior grau de limpeza da água do aquário. Podemos (mas não devemos) ter um aquário todo sujo com um pH correcto.

Quanto maior for a concentração de iões H3O+ mais baixo será o pH. E vocês já estão familiarizados com o facto de que se o pH é inferior a 7,0 a água é ácida; igual a 7,0 a água é neutra e se acima de 7,0 a água é alcalina.

A concentração de iões não aumenta ou diminui de uma forma linear, ou seja, um pH de 3.0 não é 3 vezes mais ácido que um pH de 6.0. Explicando: as oscilações são múltiplas de 10, por isso um pH 5,0 tem 10 vezes mais iões Hidrogénio que o pH 6,0. Uma variação de pH de 1 unidade é pois uma mudança demasiado violenta. Aconselho pois correcções graduais nunca superiores a 0,1 por dia. Não podem esquecer que pelo facto de haver peixes i invertebrados em aquários com pH de 7,6 a 8,4, não os podemos sujeitar a choques desnecessários com correcções despropositadas.

O pH do aquário marinho deverá sr mantido entre os 8,1 de manhã e os 8,4 à noite, antes de apagar as luzes. Verifiquem-no todas as semanas e não adquiram animais em demasia, pois o excesso de animais facilita a acidificação da água.
Os testes sera utilizam um óptimo indicador e uma escala colorida criada por computador, do que resultam leituras correctas que não se conseguem com produtos similares.

Se o pH baixar dos 8,2 aconselho a utilização do ‘pH buffer’, ou seja um tampão do pH, com o cuidado de não ultrapassar correcções diárias superiores a 0,1, até que se consiga o 8,4.

O tipo de substrato escolhido pode ajudar a manter o pH. Assim a areia com conchas, Calcite, Dolomite, Casca de Ostra e na minha opinião a mais fácil e eficaz, a Areia de Coral, são escolhas bem feitas neste sentido. Há no entanto uma opção inovadora, a Calcialith, da Aquatic Nature:
Este tipo de solos adiciona Carbonatos (CO3) à água do aquário, que funcionam como reguladores do pH ajudando a manter a água alcalina de uma forma natural. Mas conforme vai envelhecendo, o solo fica encrustado com outras substâncias o que diminui a capacidade de estabilizar o pH, pelo que as mudanças parciais de água são essenciais, e, correcções, se necessárias, deverão ser feitas com o tampão do pH.

Podem também optar por Diatomáceas em pó que podem, se colocadas num saco apropriado, ser utilizadas como mais um elemento de filtragem, com o cuidado de as substituir em caso de diminuição do caudal de saída do filtro, podendo também ser útil nos aquários de Ciclídeos ou de Vivíparos.

Amónia (NH3 + NH4):
Produto expelido pelos invertebrados e peixes, excretado pelas guelras e nas fezes. Pode também ser provocado pelos restos de excessos de comida, animais mortos não retirados do aquário ou pelo uso abusivo de antibióticos.

Pode aparecer sob duas formas distintas: ionizada (NH4) e não ionizada (NH3). O termo Amónia Total refere-se ao conjunto das duas.

Qualquer uma é tóxica para a fauna, sendo no entanto a não ionizada (NH3) a mais prejudicial, pois sendo uma molécula mais pequena, passa de forma fácil pelo tecido celular, enquanto que a molécula NH4, maior, mais difìcilmente atravessa a membrana celular. As proporções de NH3 e NH4 variam com a temperatura e o pH. Uma temperatura e um pH elevados implicam um alto teor de NH3. Um aquário de água salgada com o pH correcto, 8,4, indicia um valor elevado de NH3 e uma baix concentração de NH4. Nos aquários de água doce, de pH mais baixo, acontece o inverso, ou seja, um baixo NH3 e maior NH4, podendo no entanto ser igual o valor da Amónia Total (NH3 + NH4). Por tudo isto se pode perceber que os peixes de água doce poderão suportar melhor índices mais elevados de Amónia Total que os de água salgada.

Em aquários já instalados, a Amónia não deverá ultrapassar 1ppm (uma parte por milhão). Para resumir: qualquer leitura positiva (acima de Zero) é indicadora de perigo, quer em água doce ou salgada. Nestes casos devemos mudar de 10 a 20% da água, retirar (se os houver) restos de comida ou de animais mortos e limpar os difusores e as bombas do filtro de fundo. Adquiram testes que detectem Amónia a partir de 0.025ppm. Se atingido 1ppm e se simultâneamente os Nitritos (NO2) estiverem elevados, a situação poderá ser fatal.

As bactérias do género Nitrosomonas actuam reduzindo biològicamente a Amónia em Nitritos (NO2) e Oxigénio (O2), ver o Ciclo do Azoto. Num estado mais avançado os Nitritos serão utilizados pelas bactérias do género Nitrobacter e convertidos em Nitratos (NO3).
Basta usar o:
Nitritos (NO2):Falo agora do estado intermédio da redução biológica dos restos orgânicos, que da Amónia (tóxica) passarão aos relativamente atóxicos Nitratos (NO3). Em aquários novos os Nitritos podem atingir taxas de 10ppm (10 partes por milhão). Isto acontece porque a população de bactérias Nitrosomonas e Nitrobacter não atingiu o nível ideal para criar um equilíbrio biológico. Por isso uma espera mínima de 14 a 21 dias é aconselhada antes da aquisição de espécies delicadas. Uma forma económica de activar biològicamente um aquário, é ‘roubar’ areia de aquários velhos, 100g por cada 40 litros de água a tratar, o que resolverá muitos problemas, ou recorrer ao Bio Bacter M.
Controlando os Nitritos verificar-se-á que baixarão de 10ppm para um valor tão baixo como 0,1 ppm (ou menos) e poderemos considerar o aquário apto para receber visitas (das mais resistentes, por agora).

Aquários velhinhos nunca deverão mostrar mais de o,1ppm pois valores mais elevados são considerados perigosos. Se tal acontecer deveremos recoorer da regra de ouro: 10 a 20% da água deve ser mudada, retirados todos os restos de comida ou animais mortos, verifique os difusores (se os tiver instalados) e as bombas de água, filtros exteriores inclusive.

As bactérias aeróbias alimentam-se de Nitritos e reproduzem-se. Contudo, se forem introduzidos muitos animais de uma só vez, tornar-se-á impossível para as bactérias a utilização de todos os Nitritos o que poderá levá-los a índices tóxicos. Por este motivo aconselhamos a aquisição de 2 a 3 exemplares de cada vez.

Com o auxílio de bons testes, de fácil utilização e leitura, sugiro que verifiquem os Nitritos (no aquário novo) diàriamente, ou uma vez por semana se o Vosso aquário já está instalado e equilibrado. No caso de adquirirem peixes novos, façam um controlo diário durante a 1ª semana após a introdução dos mesmos.

Como no caso da Amónia, os peixes de água doce toleram taxas mais elevadas de Nitritos. Não se esqueçam que no entanto qualquer dos casos é tóxico.

Nitratos (NO3):Eis-nos chegados ao fim do Ciclo do Azoto. No entanto os Nitratos regressam depois de utilizados pelas Algas ou Plantas. Estas são por vezes consumidas por alguns peixes e assim recomeça outro Ciclo.

Os Nitratos são quase inofensivos para os peixes e os invertebrados. Taxas ou concentrações até 400ppm (e por curtos espaços de tempo) serão toleradas. Em aquários bem equilibrados e com um bom crescimento de algas ou de plantas, raramente excederão as 150 a 200ppm. Volto a lembrar que com bons testes poderão medir concentrações, desde 10 até 200ppm.
E para os controlar podem recorrer ao:
este para água doce e abaixo para água salgada:
Por vezes é necessário introduzir Nitratos nos aquários (menciono apenas os de água doce) para estimular o crescimento das plantas.

Cobre (Cu+):O anti-parasitário mais usado em aquariofilia. No entanto é importante perceber como reage o Cobre com a água e de que maneira afecta os parasitas. O Cobre rompe as ligações das Proteínas nas membranas celulares dos parasitas. Ora isto só é possível quando estes estão livres na água, pois que enquanto debaixo das escamas ou nos intestinos dos peixes, são quase impossíveis de destruir. Vou tentar explicar de forma simples: quando os parasitas crescem, saiem dos hospedeiros para desovar ou formar cistos. Assim, enquanto que nas cascas continuam imunes ao Cobre, logo que nascidos tornam-se vulneráveis e podem então ser eliminados. O ciclo de vida do Cryptocarion e do Oodinium oscila entre os 10 e os 21 dias (dependendo da temperatura, ou seja: quanto mais elevada, mais depressa se reproduzem).

Na água salgada, se mantido a níveis de 0,15 a 30 ppm entre 17 a 21 dias, todos os parasitas serão eliminados. Os resultados mais eficazes são obtidos com uma concentração de 0,15 ppm, no mesmo espaço de tempo. Lembro aqui que este tipo de tratamento deverá ser feito num outro aquário, ou depois de retirados os invertebrados e outras espécies sensíveis ao Cobre.

Teste diários da concentração deverão ser efectuados (testes Cu) pois que o Cobre reage com os Carbonatos, precipitando-se ficando assim inactivo. Por isso deverá ser acrescentado e controlado com o teste Cu. Poderão eliminar mesmo os parasitas mais perigosos.

Na água doce não podem ser atingidas concentrações tão elevadas, pelo que se recomenda o uso semanal na proporção de 1 gota para 8 litros de água, como preventivo do Íctio ou outro. Como tratamento a mesma dose de 3 em 3 dias durante um período, já referido, de 17 a 21 dias. Mantenham o pH entre 6.8 a 7.0, pois o tratamento é mais eficaz em água doce ligeiramente ácida.

As análises regulares da água do seu aquário são essenciais. A qualidade e precisão dos testes sera dar-vos-ão todas essas informações.
Relembro: aquários novos = testes diários
Aquários equilibrados = testes semanais

marioadearaujo@gmail.com